Grupos Tupi
Estas tribos sempre foram nômades, iniciaram uma trajetória em direção à foz do rio Amazonas e de lá pelo litoral para o sul.A migração teria também ocorrido, em menor grau, pelo continente adentro, no sentido norte-sul.Alguns autores sustentam que nesta trajetória os tupis enfrentaram-se com os tupinambás que já habitavam o litoral, outros sustentam que apenas se tratava de levas sucessivas do mesmo povo, os posteriores encontrando os anteriores já estabelecidos.
Avá-Canoeiro
Povo de língua da família Tupi-Guarani que vivia entre os rios Formoso e Javarés, em Goiás. Em 1973, um grupo foi contatado. Foram pegos "a laço" por uma equipe chefiada por Apoena Meireles, e transferidos para o Parque Indígena do Araguaia (Ilha do Bananal) e colocados ao lado de seus maiores inimigos históricos, os Javaé . Parte da área indígena Avá-Canoeiro, identificada em 1994 com 38.000 ha, nos municípios de Minaçu e Cavalcante em Goiás, está sendo alagada pela hidrelétrica Serra da Mesa, no rio Maranhão.
Guarani
Povo de língua da família Tupi-Guarani. Na época da chegada dos europeus, viviam nas regiões entre os rios Uruguai, Iguaçu e Paraná, a leste do rio Paraná (atualmente sul de Mato Grosso do Sul; oeste de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul; Paraguai; norte da Argentina e Uruguai). Nos séculos XVII e XVIII, grande parte desses territórios era de domínio espanhol onde foram instaladas missões de jesuítas ligadas a província espanhola da Companhia de Jesus. Os jesuítas estudaram e documentaram fartamente a língua Guarani desde 1625. Nessas missões, de economia marcadamente coletivista, os Guarani atingiram alto grau de desenvolvimento e domínio de técnicas européias, mas tornaram-se presas fáceis para os bandeirantes paulistas e, posteriormente, fazendeiros paraguaios. Após a destruição das missões, os índios que não foram capturados fugiram para as matas e juntaram-se a grupos que haviam permanecido independentes. Dirigiram-se também para o Paraguai, onde o Guarani Paraguaio é falado hoje por cerca de 3 milhões de pessoas; para a Bolívia, onde o Guarani Boliviano (ou Chiriguano) é falado por cerca de 50 mil pessoas; e para o norte da Argentina. Dos índios capturados, alguns foram levados como escravos pelos bandeirantes e outros foram empregados, como mão-de-obra escrava ou quase, pelos fazendeiros que iniciaram a ocupação destas terras com a extração de erva-mate.
Juruna
Povo indígena cuja língua é a única representante viva da família Juruna, do tronco Tupi. Autodenominam-se Yudjá; o nome Juruna significa, em Tupi-Guarani, “bocas pretas”, porque a tatuagem características desses índios era uma linha que descia da raiz dos cabelos e circundava a boca. Na metade do século XIX tinham uma população estimada em 2.000 índios, que viviam no baixo rio Xingu. Um grupo migrou mais para o alto do rio, hoje em território compreendido pelo Parque do Xingu, no Mato Grosso. Segundo levantamento de médicos da Escola Paulista de Medicina, que prestam serviços de saúde aos índios do parque, em 1990 eram 132 pessoas. Alguns Juruna vivem dispersos na margem direita do médio e baixo rio Xingu, e há um grupo de 22 índios, segundo dados da Funai de 1990, que vive na Volta Grande do rio Xingu, numa pequena área indígena chamada Paquiçaba, no município de Senador José Porfírio, no sudeste do Pará. Suas terras serão atingidas pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. A título de esclarecimento, o famoso “Cacique Juruna” não é um índio Juruna, e sim Xavante.
Kamayurá
Tribo de cerca de duzentas pessoas, vivem na região dos formadores do rio Xingu, Mato Grosso do Norte. Esta população indígena, da família lingüística tupi-guarani, vinda talvez das costas litorâneas do Maranhão, emigrou, muito provavelmente a partir do século XVII, para instalar-se progressivamente nesta região seguindo outros grupos indígenas fugindo do contato com os portugueses (1870). Apesar da diversidade de origens e de línguas, essas tribos constituem-se hoje numa área cultural definida: as tribos da área do uluri ou as chamadas tribos xingüanas, que ocupam a parte sul do Parque Indígena do Xingu. Ao norte vivem outras tribos, com algumas das quais os Kamayurá mantiveram contatos esporádicos, muitas vezes conflituosos, no decorrer de sua migração.
Tabajara
Viviam entre a foz do Rio Paraíba e a ilha de Itamaracá estimados em 40 mil índios.. Aliaram-se aos portugueses.
Temiminó
Ocupavam a ilha do Governador, na baía de Guanabara, e o sul do Espírito Santo. Inimigos dos tamoios, aliaram-se aos portugueses. Sob liderança de Araribóia, foram decisivos na conquista do Rio. Eram 8 mil na ilha e 10 mil no Espírito Santo.
Tamoio
Os verdadeiros senhores da baía de Guanabara, aliados dos franceses e liderados pelos caciques Cunhambebe e Aimberê, lutaram até o último homem. Eram 70 mil índios.
Tupinambá
Constituíam o povo tupi por excelência. As demais tribos tupis eram, de certa forma, suas descendentes, embora o que de fato as unisse fosse a teia de uma inimizade crônica. Os tupinambás somavam 100 mil índios e cupavam da margem direita do rio São Francisco até o recôncavo Baiano.
Tupiniquim - Povo de língua da família Tupi-Guarani. No século XVI, os Tupiniquim habitavam a costa do Brasil, desde a baía de Camamu, na Bahia, até o Espírito Santo ou, segundo alguns autores, até o Rio de Janeiro. Foram os índios vistos por Cabral. Eram 85 mil. No Início da Colonização, aliaram-se aos portugueses na luta contra os franceses. Fizeram também guerra aos Tupinambá, seus inimigos tradicionais. No século XIX os remanescentes viviam no Espírito Santo, afastados do litoral e, no século XX, chegaram a ser considerados extintos. Na década de 1970, um grupo teve sua identidade reconhecida pela Funai. A maioria de seus integrantes já não fala a língua original, expressando-se em português. Vivem em três pequenas áreas indígenas, no Espírito Santo: Comboios,
Pau-Brasil e Caieiras Velhas, no município de Aracruz, juntamente com os Mbyá, subgrupo Guarani. Em 1990, segundo a Funai, eram aproximadamente 900 indivíduos.
Entre Outros ...
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